Muitas vezes atendemos pessoas aparentemente boas, fortemente envolvidas em relações afetivas destrutivas; onde percebem que mesmo com grande sofrimento e deterioração da sua saúde mental, simplesmente não conseguem se libertar destes relacionamentos –mesmo sendo vítimas de constante agressões emocionais ou até mesmo físicas. Essas pessoas normalmente veem que o medo do vazio causado pela ausência é uma dor insuportável, maior até do que a dor causada pela humilhação ou da agressão física sofrida.
O emaranhado de emoções é tão intenso que os laços persistem mesmo até após a separação ou distanciamento do(a) agressor(a). Permanecem ligados colocando o outro (ou outra) como protagonista de sua existência ou culpado(a) de seus insucessos durante meses ou até mesmo anos após o distanciamento físico; e as desculpas são as mais variadas: os filhos, a casa, o trabalho, amigos em comum ou algum prejuízo financeiro que tiveram com o término da relação. O outro permanece lá, sempre presente como um fantasma a lhe assombrar.
Os vínculos destrutivos são tão intensos que, por vezes, a pessoa perde o sentido de sua existência sem a presença do outro e, nestes casos, o desfecho da relação pode ser a morte.
Características de uma relação tóxica:
- Sentir-se menosprezado ou humilhado: “nada do que eu faço está certo”;
- Passar a ter sentimentos negativos que não costumava sentir antes: raiva, vingança, medo, insegurança;
- Perda da vontade de ir ao local onde convive com o abusador: é muito comum não querer mais ir trabalhar, ou protelar o retorno para casa;
- Mentira: perceber que a outra pessoa está mentindo e, quando falamos o que nos incomoda, a pessoa nega e diz algo como: “você está louca?”;
- A pessoa tóxica tenta sempre manter a outra por perto, por vezes chega a pedir perdão, mas em pouco tempo volta a ter comportamento abusivo.
Como sair de uma relação tóxica? Bom, nem sempre é fácil sair de uma relação tóxica, por este motivo, a ajuda de um profissional da área da Psicologia pode ser fundamental para que se possa identificar vulnerabilidades e características positivas, assim ganhando forças para enfrentar o problema e sair fortalecido da crise.